quarta-feira, agosto 19, 2009

ENTRE SABERES E DESSABERES:
A POÉTICA AMBIENTAL EM MANOEL DE BARROS

Rogaciano era índio guató e me contou essa cosmologia (BARROS, 2001, p. 95)

Um girassol se apropriou de Deus, foi em Van Gogh (BARROS, 2001, p.)

Aprendi com Rômulo Quiroga (um pintor boliviano):
A expressão reta não sonha.
Não use o traço acostumado. (BARROS, 2004a, p.75

Mário-pega-sapo, de noite, abria em casa todos os
Sapos que pegava durante o dia em banhados, nos barrancos,
Nos monturos, nos porões, nos terrenos
Baldios, debaixo de caixas d’agua (BARROS, 2004a, p.77).

(...)Meu nome é Antônio Ninguém
Eu pareço com nada parecido (BARROS, 2004a, p.79)

Bola-Sete é filósofo do beco.
Marimbondo faz casa no seu grenho – ele nem zine. (BARROS, 2004a, p.81).

Esse Arthur Bispo do Rosário acreditava em nada e em Deus. (BARROS, 2004a, p.83).

Eu sei que Baudelaire que passou muitos meses tenso porque não encontrava um título para os seus poemas. Um título que harmonizasse os seus conflitos. (BARROS, 2004a, p.49).

O nada destes nadifundios não alude ao infinito menor
De ninguém.
Nem ao Néant de Sartre (BARROS, 2004b, p.14).

O padre Antônio vieira pregava de encostar as orelhas
Na boca do bárbaro.(BARROS, 2005. p. 47)

Esse é um verso de J. G. ROSA.
Desapareceu de cantar é uma graça verbal.
Poesia é uma graça verbal. (BARROS, 2005, p. 23)

Aliás, Lacan entregava aos poetas a tarefa de
Contemplação dos restos.
E Barthes completava: Contemplar os restos é narcisismo.
Ai de nós!
Porque Narciso é a pátria dos poetas (BARROS, 2005. p.12)

Porque os passarinhos precisam antes de ser belos ser
Eternos.
Eternos que nem uma fuga de Bach. (BARROS, 2005, p.13).

Depois de encontrar-me com Aliocha Karamazoff,
Deixo o sobrado morto. (BARROS, 2007 p.35)

Nenhum comentário:

Postar um comentário